segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Caixinha de música


Quando era menino pude me deliciar em momentos inesquecíveis na casa de meus avós paternos. A casa da Rua Felipe Camarão, n. 1264, na cidade de Rancharia/SP.
Lembro que ali era minha segunda casa, meu segundo quintal, meu segundo lar. Meu mundo ali era feliz.
Às vezes quando meus pais queriam ir aos Bailes da cidade ou sair de férias sozinhos, esta casa era nossa pousada. Digo nossa, porque passávamos as noites ali eu e minha irmã, as vezes acompanhados dos meus tios e meus primos.
Nesta casa existiam muitas coisas legais que marcaram minha infância, como o relógio cuco que fazia seu tique e taque; o escritório do meu avô, que parecia um lugar ultrassecreto; existia o quintal imenso, que parecia não ter fim, cheio de árvores e flores; a cozinha encantada da minha avó que dali saião os mais variados pratos, geleias e doces. E que doces!
Existia ali um mundo encantado, daqueles sem fim, onde a imaginação não tinha limites, onde tudo era possível e o imaginável ganhava forma.
Mas existia ali algo especial pra mim, algo que eu adorava que era mágico pra mim, uma caixinha de música.
Nela existia uma chave embaixo, daqueles para se “dar corda”, e quando abríamos aquela caixinha, dela saia uma bailarina que girava em um pé só, rodeada pelos espelhos da tampa da caixinha, o que tornava a abertura dela ainda mais mágica.
Esta caixinha era da minha avó, e nela ela guardava o que achava ter de precioso, suas joias e bijuterias. Minha avó sempre foi muito vaidosa, cuidava daquela caixinha com muito carinho, e poucos podiam nela tocar.
Porém, talvez por causa da minha relação como a música e o piano, e por saber que adorava aquela música, ela sempre deixava eu mexer naquela caixinha de música, apenas pedia para ter cuidado.
Como todos os tipos dessas caixinhas, dela se expressava uma música doce e singela. Eu nunca descobri ou me preocupei em descobrir qual era aquela música. Sabia que ela estava sempre na minha memória e no meu coração.
Quis o destino que aquela caixinha de música reaparecesse no fim da casa da Rua Felipe Camarão. Meus avós se foram, deixando um monte de pequenos pertences, que possuem mais valor sentimental do que material. Como fim de todo ciclo, o que nos sobra são apenas os bons sentimentos e valores que as pessoas nos deixam, o resto é apenas resto.
Vendo o fim do ciclo da casa da Rua Felipe Camarão, tomado pela tristeza de ver tudo ali sendo encaixotado, e sabendo que tudo aquilo chegará ao seu fim, fui tomado por um pequeno momento de alegria ao ver aquela caixinha de música novamente, exposta ali na mesa, junto com algumas bijuterias de minha avó.
Não me contive e na caixinha “dei corta” para ouvir por uma última vez aquela canção, e parei por alguns minutos, no meio da turbulência da divisão das pequenas coisas matérias sem valor, para lembrar e guardar tudo de bom que ali naquela casa passei, guardar em minha memória e em meu coração em forma de música.
Ao ouvir aquela música me perguntei por que nunca tentei tocar essa canção no piano, e fiquei curioso para saber qual o nome daquela música.
Com a ajuda da tecnologia, descobri que trata-se de uma música chamada “Love Story”. Uma música linda, tema do filme Love Story (Uma História de amor) de Erich Segal, dirigido por Arthur Hiller de 1970 (EUA).
Nunca vi o filme, ou talvez não me lembre de ter visto, porém ao ver a sinopse fiquei chocado com a coincidência do filme com a minha vida e com meus valores.
A sinopse diz: - um jovem de família muito rica e estudante de Direito conhece e se apaixona por uma estudante de musica e acabam se casando algum tempo depois. Porém, o pai do rapaz não aceita a nora, por ela ser uma moça de família humilde, e acaba deserdando o filho. Algum tempo depois, a moça tenta engravidar e não consegue; vai então fazer exames e descobre que está gravemente doente.
Nunca imaginei que a música que tanto gostava daquela caixinha, unia numa história minhas duas paixões: - a advocacia e a música, além de alguns valores de vida.
Coincidências a parte, a caixinha de música sempre proporcionou a mim um momento de paz, de felicidade, de sonho com aquela bailarina e a sua música que encantava meu ouvido e meu coração.
A maior herança que levamos de uma pessoa não são seus bens ou suas posses, mais sim pequenos ou grandes momentos que se tornam inesquecíveis em nossa memória, ficando gravados para sempre em nossos corações, seja representado por boas lembranças ou por uma simples caixinha de música.

Segue o canal no youtube com a música Love Story tocada no piano:
http://www.youtube.com/watch?v=WVNWeeKoHEw


Dedicado à família Belon.

DE DENTRO PRA FORA EM PALAVRAS


Certo dia, com estimulo de alguém e muita analise (terapia), resolvi começar a escrever. É certo que escrever faz parte de minha profissão (advocacia), porém escrever o sentimento é um pouco mais complicado.
Porém passei a fazer disso um certo exercício. Um pouco ali, e um pouco aqui, as palavras foram saindo da mente para o papel.
Não satisfeito apenas com as crônicas e redações, resolvi me arriscar no campo da poesia, e aos poucos as letras no papel foram saindo. 
Compartilho uma aqui no meu blog, que gostei muito de escrever, pois me veio do nada, em um momento comum, onde apenas peguei a caneta e o papel, e assim ela saiu.


De dentro pra fora em palavras

Nunca fui bom com as letras
Sempre achei que deveria deixar fluir o que vinha de dentro
Nunca me conformei só com as palavras e o pensamento
Seja do coração, seja da razão
Sempre achei que deveria transformar elas em palavras escritas

Ao deitar, sempre me vieram pensamentos
Queria eu ter um agravador pra lembrar de tudo que penso
Minha mente vai e volta em tudo que vivo
Família, amizade, trabalho e as coisas do coração
Tantas coisas que me vem e cabeça, tantos sentimentos

Achei nas palavras escritas o modo de se expressar
Na poesia achei o modo de colocar o que sinto
Transformei sentimentos vividos no poema escrito
Despertei na escrita a minha imaginação

E fiz do pensamento para o papel o meu libertar

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

DEVEMOS SEMPRE OPTAR PELO CAMINHO DO DESAFIO



Estava lendo o livro, o qual tenho ele como grande fator de mudança de atitude e pensamentos em minha vida, que chama-se - “Escolhas que podem mudar sua vida” de Hal Urban.
Lendo ele muitas coisas me chamaram a atenção é lógico, mas uma em especial me chamou mais a atenção, a qual transcrevo aqui:

“A vida é dura e é frequentemente injusta e cheia de dificuldades. Essa realidade às vezes implacável nos deixa com uma escolha: podemos choramingar, nos deprimir e reclamar diante dos problemas ou aceitá-los como um desafio para demonstrar coragem e crescer com a situação. (pg. 119)

Passei por várias dificuldades em minha vida, trabalho, estudos, dinheiro, amor, as quais as vezes achava injustas, outras nem tento, mas situações que nos desanimam, nos fazem não querer sair da cama, não comer nada, não trabalhar, fugir, se esconder, e as vezes até pensarmos em desistir de nossas próprias vidas.
Pensando nesta ultima situação (suicídio), sempre ouvi histórias, principalmente artistas ou pessoas conhecidas na mídia, que tiram suas próprias vidas a troco de problemas e dificuldades que enfrentam, ou as vezes não.
Sempre pensei que essas pessoas não tentavam enfrentar seus problemas de frente, ou que faltavam a elas um pouco de Deus em seus corações.
Alias, sobre Deus e a vida, recentemente fui visitado por um “vendedor” de revistas da Seisho No Ie, um senhor muito simpático, que veio em boa hora, me trazendo uma revista de cortesia. Nesta revista continha um texto, onde a principal intenção era dizer que nossa vida é sagrada e pertence a Deus, porque ele vez de nós sua imagem e semelhança, nos dando a vida como maior presente seu, para cuidarmos da melhor forma possível dela.
Por mais que possamos pensar as vezes sobre o suicídio, e confesso que por algumas vezes em situações difíceis pensei nele também, nunca imaginei que ele poderia chegar tão perto de mim.
A poucos meses conheci um jovem vizinho, cheio de energia, estudante de Direito, cheio de ideais, novas ideias e energia, com aquela disposição de um jovem que quer mudar o mundo, assim como eu também há alguns anos atrás, também na faculdade de Direito.
Ele morava em meu condomínio, um estudante que vinha de outra cidade, morando junto com outro estudante, buscando como tantos outros, numa nova cidade, uma nova aventura, a realização de um sonho, ou, como ele dizia: - o sonho de ser Juiz.
Um jovem cheio de novas e boas ideias, com disposição de dar o seu melhor nos estudos do Direito. Além do gosto semelhante pelas leis, também era um grande aprendiz de violão, o qual também tenho muito apreço e sou aprendiz.
Porém ao entrar em meu condomínio num certo dia, me deparei com uma cena imaginável, carros da policia civil, militar e um da pericia civil. Logo me veio a cabeça que teria ocorrido um homicídio em meu condomínio, porém quando procurei informação me deparei com a informação, de que aquele jovem que aprendi a admirar pelos seus ideais havia se suicidado.
Fiquei perplexo por alguns instantes, tentando entender o “por quê?” como também muitos outros vizinhos se questionavam. Um jovem cheio de energia e sonhos havia tirado sua própria vida, sem nenhum motivo aparente. Segundo o legista ele se enforcou com seu cinto junto a janela, quando assistia um vídeo sobre “como sair da depressão”.
Algo muito próximo assim nos leva a muitos questionamentos, a muitas reflexões, nos faz pensar com mais ênfase sobre nossa vida, sobre o real valor da nossa vida.
Ao ver aquela cena no condomínio, me veio a mente o livro de Hal Urban, em especial a parte que neste texto descrevo acima, e, me indaguei: - será que aquele jovem não escolheu o desafio?
Não tenho como saber qual foi a escolha daquele jovem, mas com certeza sei dizer qual atitude devemos tomar diante de qualquer problema e dificuldade – ENFRENTA-LOS.
A melhor escolha sempre é aceitar as dificuldades, aprender com elas, tentar tirar as melhores lições delas, demonstrando coragem para vencê-las e enfrentá-las.
Muitas pessoas podem dizer: - mas como isso? Isso não parece fácil? É fácil dizer, quero ver fazer.
Porém digo a vocês que trata-se de um exercício mental diário de oração, e o primeiro passo é agradecer todos os dias pela sua vida. Isso mesmo! Sua vida realmente é sagrada, se todas as escrituras dizem que você é imagem e semelhança de Deus, então sua vida é tão sagrada quanto o próprio Deus.
Esse é o primeiro exercício, entendendo que sua vida é sagrada, pertence a Deus, e somente ele pode tirá-la de você, passará a dizer sim a vida, e, dizendo sim a vida, você terá que ter coragem de enfrenta-la, sabendo que ela é feita tanto de realizações e felicidades, como também de problemas, dificuldades e decepções.
Porém problemas, dificuldade e decepções podem ser enfrentadas, basta achar a força e a coragem dentro de você para vencer os desafios. A solução para tudo esta dentro de você.
É como um jogo, seja um esporte, seja um videogame, você é estimulado a cada partida, a cada rodada a dar o seu melhor. Você erra, ganha uma nova vida, um novo jogo, uma chance de treinar, um novo amanhã, para melhorar o que você errou e passar de face ou vencer a partida. Sempre haverá outra, e outra, e outra chance na vida. A vida nunca fecha as portas em nada pra você.
Lembre-se da frase que quando uma porta se fecha outra se abre.
Existe uma frase famosa do filme Rock Balboa – 2007:

“Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto você aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto você pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha”.

Você pode escolher cair e ficar ali no chão chorando e se lamentando, ou se levantar quantas vezes for preciso pra vencer na vida. Escolha sempre levantar e enfrentar os desafios. SEMPRE!!!


Em homenagem ao jovem Isaque de Souza Lucas