terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A CASA DAS MÍNIS PIZZAS

A CASA DAS MINI PIZZAS

Há alguns anos atrás, quando do início da minha faculdade de Direito, coincidentemente a empresa que meu pai havia aberto, na esperança de dias melhores de trabalho, foi à falência, e a única maneira foi fechar as portas.
Para tentar custear minha faculdade, tentei arrumar emprego, porém era uma época muito complicada, o mercado não ia bem e o índice de desemprego era alto. No dia em que fechamos as portas da loja, ficamos pensando o que iriamos fazer. Meu pai e minha mãe trabalhavam somente na loja, a qual era nosso único sustento.
Foi quando lembramos que na outra cidade que moramos, fazíamos mini pizzas congeladas. O empreendimento era bom, porém tivemos que fechar as portas por problemas com funcionários.
Com a ideia na cabeça, eu e minha mãe traçamos os planos para o inicio do empreendimento. Fizemos uma lista do que precisávamos: um forno industrial, um freezer, uma mesa de para trabalho, um cilindro para massa e alguns utensílios como potes e vasilhas.
Começamos a vasculhar as lojas de móveis usados e achamos um freezer, bem judiado pelo tempo, mas já era o suficiente. Porém não achávamos o forno. A saída foi comprar de forma parcelada um forno novo pequeno. Com ajuda de alguns amigos que trabalhavam com serralherias, obtivemos as formas para o forno e uma mesa que foi envolta de alumínio.
Com tudo que imaginávamos necessário a produção começou. Sovávamos a massa a mão, após isso ela ficava algumas horas em descanso até ganhar corpo. Depois disso pegávamos a massa em pequenas porções e passávamos no cilindro manual, trabalho que era feito sempre em duas pessoas. Cortávamos a massa com um pode redondo e assim as esferas de pizza iam ao forno por alguns minutos.
Após tados as esferas assadas, começamos o procedimento de recheio. O molho era um industrial, escolhido pelo melhor sabor, o queijo era ralado num processador que tínhamos em casa mesmo, e depois ganhava um pouco de orégano. A calabresa e o presunto também eram triturados no processador e depois misturados ao queijo. Já o frango era cozido e depois triturado também. Existia também o sabor de atum, que era comprado ralado em lata. Me recordo que o caldo do cozimento do frango sempre virava algum ingrediente para nosso almoço ou janta.
Após passar o molho e colocar o recheio, as minis pizzas eram embaladas em sacos plásticos e lacradas com uma maquina que ganhamos de um amigo. Depois iam para o congelador.
Tomado pelo espírito empreendedor, fiz uma logo e crie o nome: – “Lelos mini pizzas”. Fiz alguns ímãs de geladeiras e alguns panfletos. Com a ajuda de alguns amigos as vendas começaram. Na época vendíamos 10 minis pizzas por R$ 10,00 (dez reais). E assim o empreendimento foi indo.
Um amigo que vendia queijo nas feiras da cidade cedeu um espaço para a venda das minis pizzas. Eu levava um forno elétrico pequeno, para fazer algumas degustações, e com um isopor vendia as minis pizzas e aproveitava para entregar alguns panfletos.
Com o dinheiro da venda que entrava comprávamos mais ingredientes para a produção e o que restava ajudava a pagar contas e colocar comida na mesa de casa.
Por problemas familiares perdemos um carro que havia sido emprestado por conta de herança. Com um pouco de dinheiro que ainda sobrará compramos uma motocicleta, uma Honda Dream 100CC, a qual foi fundamental para a continuidade do empreendimento além do meu transporte e da minha irmã para a faculdade.
Com a moto eu ia ao mercado fazer as compras. Voltava sempre com uma caixa atrás e na frente no lugar onde havia uma cestinha, além de um monte de sacola no guidão. Assim também eram as entregas, com caixas de isopor e sacolas térmicas.
Alguns amigos indicavam clientes, esses indicavam outros, e por indicações começamos a distribuir em cantinas de escolas, onde as vendas eram maiores, o que tomava ainda mais tempo na produção. Neste período minha mãe passou em um concurso público, minha irmã arrumou um emprego e eu ganhei uma bolsa na faculdade, a qual em troca tinha que trabalhar na instituição. Assim restávamos os finais de semana para produzir as pizzas.
Foram cinco longos e bons anos, fazendo pizzas aos finais de semana e vendendo durante toda semana. Eu vendia para amigos, professores, servidores públicos e juízes. Com a venda dessas minis pizzas, conseguimos pagar contas, colocar comida na mesa de casa, e, eu e minha irmã conseguimos ter uma graduação superior.
Quando me formei e comecei a advogar, o tempo era cada vez mais escasso, todos em casa trabalhavam e decidimos parar com a produção. Durante muito tempo clientes e amigos sempre perguntaram sobre as pizzas, elogiando nosso trabalho e nosso produto. Recentemente no curso Empretec do Sebrae fiz as pizzas novamente.
Conto essa história com muito orgulho. Foram anos de abdicações, porém de muito trabalho e dedicação. Sempre acreditei que as pessoas são capazes de qualquer coisa, desde que corram, de modo honesto e ético, em busca de seus sonhos.
O mundo está repleto de histórias como a minha, de pessoas que conseguiram reverter suas vidas, saírem de situações difíceis e transforma-las em grandes conquistas. Basta acreditar que é possível, traçar planos e trabalhar com muita vontade, que tudo é possível. Como dizem: - o céu é o limite!

sábado, 9 de dezembro de 2017

SENTIMENTOS VAZIOS



Sentimentos vazios

As pessoas andam vazias
Procuram por algo a mais
Ficam esperando
O mundo está vazio

Vazio de gente sem conteúdo
Gente egotista, sem sentimento
Não sabem que é a dor
Não sabem que é o amor

 Vivendo em casulos
Criados por seus conteúdos
Se iludem em suas criações
Não encontrando a própria solução

Meu pirão primeiro
Só vejo meu umbigo
Empatia palavra que não existe
Não tenho mais dor por alguém que está triste

As pessoas andam cada vez mais só
Tentam desatar seus próprios nós
Não importada quem está preso
A estes restam meu desprezo

A palavra amor e banal
Associasse a ela o carnal
Sentimentos só o meu próprio
Pouco importa meu próximo

20 minutos de prosa



20 minutos de prosa

O ritmo do dia a dia
O trânsito, o trabalho
Se impõe sobre nós
Gira o mundo em volta

A palavra hoje mais dita
Nos falta tempo
O Tempo se impõe sobre nós
Dita sua cadência

Então de repente
Um simples convite
Nos faz parar um minuto
Parou-se o tempo

Um simples café
Carioca ou expresso
Um lugar simples ou chique
Uma pausa, um recesso

Uma boa companhia
Um simples sorriso
Um belo olhar
Simples gestos

 São apenas 20 minutos de prosa
O relógio do dia volta
O compromisso é inadiável
E o relógio conta de novo sua hora

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

ENTENDA A VERDADE SOBRE AUXÍLIO RECLUSÃO

Em 28/11/2013 havia publicado neste meu blog um texto sobre os mitos do auxílio reclusão:

https://leandrobelon.blogspot.com/b/post-preview?token=Jlfi618BAAA.889lDy3Q4BqqQY_t30gRED7LbfJMOvOp3ON7MXMimGRclQ8v2AC44Ul9jxBHx0-a9uU0W2oB3ZBdn66Zx2Jqrw.0bTdEMaPpGwZndRV4Nxn2A&postId=5024097784347771976&type=POST

Diante das mudanças nas regras deste auxilio, e da publicação no jornal O Progresso, o texto sofreu uma atualização, o qual disponibilizo para os leitores do blog.


ENTENDA A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO RECLUSÃO

Com certeza você já recebeu alguma mensagem de texto, e-mail, ou apenas ouviu de algum amigo sobre o auxílio reclusão. Na maioria das vezes são comentários contendo críticas dizendo que o presidiário recebe ajuda do INSS, apenas porque está preso. Esses textos costumam induzir o leitor a erro de interpretação.
O auxílio-reclusão é um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semiaberto. Considera-se nesse caso como dependentes a esposa ou companheira (união estável), filhos (seja os normais ou os equiparados ou tutelados), pais e irmãos. Lembrando sempre que estes devem ser dependentes do segurado recolhido a prisão.
Tal benefício foi estabelecido na Constituição Federal em seu art. 201 IV, regulamentado pela Lei n.º 8.213/91 e ainda encontra amparo legal no Decreto n.º 3.048/99 e Instruções Normativas do INSS.
A legislação deixa claro que não é o preso que recebe tal benefício, mas sim seus dependentes, e nada mais justo que esses últimos não fiquem desamparados, pelas responsabilidades criminais do segurado, ou seria justo deixar um menor de idade desamparado financeiramente enquanto seu pai está preso?
Outro fator importante, é que como todo benefício do INSS, este seguro não é pago automaticamente após a prisão do segurado, sendo necessário alguns requisitos para a solicitação deste benefício, sendo eles: a) o segurado que tiver sido preso não poderá estar recebendo salário da empresa na qual trabalhava, nem estar em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; b) a reclusão deverá ter ocorrido no prazo de manutenção da qualidade de segurado, ou seja, ter pelo menos uma contribuição no período de um ano; c) Possuir o último salário-de-contribuição abaixo do valor previsto na legislação, atualmente abaixo de R$ 1.292,43.
O auxílio reclusão tem uma duração variável conforme a idade e tipo do beneficiário. Pode ocorrer por apenas 4 meses, a contar da data da prisão, quando o segurado não tenha realizado até 18 contribuições mensais, ou se o casamento ou união estável tiver sido realizado até 2 anos antes de prisão.
 Em relação a idade a legislação criou uma tabela que varia de 3 a 20 anos de recebimento, conforme a idade do dependente, podendo ser vitalício para os dependentes acima dos 44 anos.
O auxílio reclusão deixará de ser pago quando: a) com a morte do segurado e, nesse caso, o auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte; b) em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou cumprimento da pena em regime aberto; c) se o segurado passar a receber aposentadoria ou auxílio-doença (os dependentes e o segurado poderão optar pelo benefício mais vantajoso, mediante declaração escrita de ambas as partes); d) ao dependente que perder a qualidade (ex: filho ou irmão que se emancipar ou completar 21 anos de idade, salvo se inválido; cessação da invalidez, no caso de dependente inválido, etc.); f) com o fim da invalidez ou morte do dependente.
Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, “atestado de recolhimento”, que comprova que o segurado continua preso, emitido por autoridade competente, sob pena de suspensão do benefício.
Quanto aos valores pagos em relação de benefício de auxilio reclusão, os valores são equiparados a pensão por morte, ou seja, corresponderá ao equivalente a 100% do salário de benefício, que corresponde à média dos 80% maiores salários-de-contribuição do período contributivo, sendo mínimo o valor de R$ 937,00 (salário mínimo atual) e não ultrapassando o valor de R$ 1.292,43 (Portaria n° 8, de 13/01/2017).
É importante sempre ficar atento às informações que encontramos em mensagens de aplicativos, e-mail ou posts na internet, pois nem sempre condizem com a verdade, por isso antes de repassar qualquer informação que você não tenha conhecimento, procure pesquisar antes, perguntar para conhecidos que entendam do assunto, e na dúvida não repassem.

Fonte: http://www.previdencia.gov.br 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

EMPRÉSTIMO OU CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADOS A DOR DE CABEÇA DOS APOSENTADOS

O empréstimo ou cartão de crédito consignado são tipos de linhas de crédito disponibilizado para o contratante bancário, os quais são efetivamente pagos através de descontos em folha de pagamento ou de benefício previdenciário. Para que ocorram estas modalidades de empréstimos, a instituição bancária contratada, precisa da autorização prévia e expressa do cliente.
No caso do empréstimo consignado é disponibilizado um valor em uma conta bancária indicada pelo contratante, sendo este montante quitado através de parcelas mensais, acrescidas de juros, detraídas diretamente dos recebimentos do cliente. Trata-se de uma modalidade de empréstimo, de certa forma atraente, em razão dos baixos juros cobrados pelas instituições financeiras.
Em se tratando de cartão de crédito consignado, convém considerar como uma novidade inserida no mercado bancário, em especial para aposentados e pensionistas, se faz diante da disponibilização de um cartão de crédito, o qual é solvido, com o valor mínimo ou total da fatura, mediante descontos diretos em folha de pagamento.
Aparamente ambos os serviços podem ser bons aos aposentados e pensionistas, seja para aquele que precisa de um dinheiro extra, desde que haja a programação para liquidar as parcelas mensais, ou para aquele que quer ou precisa de um cartão de crédito para uso continuo, sendo observado que neste caso a quitação também se faz mediante descontos em folha de pagamento.
Toda e qualquer transação bancária deve ser planejada antes da contratação, principalmente em se tratando de consignados, em razão dos descontos pragmáticos e diretos, os quais, por não estarem diariamente as vistas do contratante, pode lhe causar prejuízos eventuais.
Logo, é preciso ter cautela para que essa ajuda ou facilidade financeira, não se transforme em um problema maior ao consumidor como descontos indevidos ou abusivos. Por tal razão o consumidor precisa observar alguns critérios antes de aderir a qualquer serviço financeiro, ou empréstimos e cartões consignados aos seus recolhimentos.
Os aposentados e pensionistas principalmente, são alvos preferidos de fraudadores, em razão da facilidade para aprovação de crédito. Não é à toa que o comércio está cheio de propagandas e lojas oferecendo dinheiro emprestado, pagamentos ou compra de dívidas atrasadas, revisão de aposentadoria, dentre outros serviços que ao primeiro olhar, pode facilitar e até resolver, problemas orçamentários. São artifícios que, muitas vezes, tem por objetivo atrair pessoas para algumas armadilhas.
O golpe mais comum acontece quando o aposentado de boa-fé procura um agente autorizado de alguma instituição bancária, na maioria das vezes são pouco conhecidas, buscando a obtenção de empréstimo consignado, e, induzido pelas facilidades apresentadas, acaba entregando cópia de documentos pessoais, comprovante de endereço e extrato de seu recebimento e demais documentos necessários, os quais são largamente usados e compartilhado entre empresas do nicho. A partir desta contratação de boa-fé, é que começam “as dores de cabeça”.
No Brasil hoje, existem diversos tipos de ações que tramitam em razão de relatos como estes, de pessoas que precisaram de um empréstimo, uma única vez, e pagam por ele, mas recebem frequentemente outros serviços que não solicitaram, e desavisados, por mais de uma vez, acabam por honrar compromissos muito além do que devem.
Muitos são os casos em que aposentados e pensionistas, após o empréstimo realizado com o devido consentimento, se deparam posteriormente com outros empréstimos não solicitados, realizados pela própria instituição bancária ou por outra financeira, aquém de seu conhecimento, e sem nenhuma manifestação de vontade prévia. Existem casos de empréstimos que são depositados na própria conta corrente do aposentado, sem que sejam requisitados, e, ainda que possível seja a devolução do valor, trata-se de um meio fraudulento de induzir a pessoa ao pagamento de juros que são acrescidos a cada parcela.
Ainda que, em diversos casos seja facilitada uma possível devolução do montante depositado a titulo de empréstimo não requerido, é provável que ocorra algum desconto indevido, excessiva cobrança e sem falar em transtornos aos consumidores. Outra questão recorrente, são quanto aos casos em que o dinheiro “emprestado” vai parar em contas de terceiros desconhecidos, enquanto os descontos ficam condicionados a conta de outrem.
Recentemente com a criação do cartão de crédito consignado, que é mais um serviço dessas instituições, alguns aposentados e pensionistas relatam que, após realizarem um empréstimo de seu consentimento e necessidade, recebem em sua residência, um cartão de crédito da instituição bancária contratada, muitas vezes já são incluídos débitos de adiantamento de valores, mesmo com o cartão ainda bloqueado, fazendo constar no nome do consumidor, fatura em aberto.
Como se não bastasse, ainda em razão desse cartão “facilitado”, é provável que ocorra descontos de “valor mínimo” mensalmente, seja em folha de pagamento ou diretamente do beneficio previdenciário do aposentado, o qual, se não pagar a fatura do cartão em sua integralidade, pode vir a sofrer com os juros cobrados em razão do pagamento mínimo, o famoso rotativo.
O aposentado que se deparar com esse tipo de situação, pode procurar o auxílio do PROCON para tentar viabilizar as tratativas e, caso não consiga uma solução amigável para seu problema, é essencial que procure por um advogado de sua confiança visando pleitear judicialmente uma possível devolução de valores descontados irregularmente, bem como uma reparação pelos danos morais sofridos, se for o caso.
Vale ressaltar que algumas medidas podem ser tomadas para evitar cair em golpes do tipo, uma vez que, nem todos os empréstimos e serviços consignados, ofertados, o são, faz-se necessário se precaver caso haja interesse nesse tipo de contratação.
 O primeiro passo é sempre desconfiar de ofertas facilitadas demais, elas são, na maioria das vezes, o “anzol” para fisgar o aposentado. Outra medida é buscar instituições bancárias conhecidas e de credibilidade no mercado, é preciso pesquisar e obter o máximo de informações.
Havendo a contratação, é preciso se precaver também, procurar verificar constantemente as cobranças e recebimentos em conta (extratos bancários são uma ótima alternativa). Caso desconfie que a aposentadoria esta reduzida, e imprescindível se recorrer ao INSS para retirada do extrato de pagamento detalhado.
O aposentado precisa sempre ter uma enorme preocupação com seus dados pessoais. “Não passe informações como identidade, CPF, número da conta bancária, endereço residencial e número do benefício do INSS para estranhos, principalmente por telefone ou internet”. Cabe lembrar que instituições sérias não transmitem dados oficiais por WhatsApp ou outros aplicativos vinculados a contas pessoais. Em caso de perda ou roubo de documentos, sempre registrar um Boletim de Ocorrência para se resguardar.
Por fim, o INSS orienta o beneficiário a formalizar denúncia ligando gratuitamente para a Central de Atendimento 135 ou por meio da internet. O segurado pode ainda, a qualquer momento, independentemente de ter ou não empréstimos consignados em seu nome, comparecer a uma agência da Previdência Social e solicitar o bloqueio do seu benefício para a realização de novos empréstimos. O desbloqueio também pode ser feito a qualquer tempo pelo segurado, sendo esta uma alternativa bastante segura como prevenção de fraudes.


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

10 ANOS EXERCENDO MEU SONHO



Há 10 anos atrás, precisamente no dia 10/04/2007, realizava meu juramento e recebia minha inscrição junto a Ordem dos Advogados do Brasil. Para mim uma grande conquista, pois desde a saída do colégio desejava exercer a profissão de advogado.
Como toda boa conquista, existe sempre uma grande luta por trás. Após algumas tentativas de vestibulares, ingressei em 2001 na UNIGRAN. Na época meu pai possuía um comércio em Dourados/MS e consegui honrar as mensalidades até o terceiro bimestre daquele ano. Nesse período a empresa veio a falência e passamos a enfrentar diversas dificuldades financeiras no ambiente familiar. Tudo que até então eu possuía de valioso tive que vender para pagar a faculdade. Vendi um teclado e uma guitarra, entregamos o carro para pagamento de dívidas e meus pais venderam sua única casa, para adquirem uma por menor preço e pagar algumas dívidas com o montante.
Neste período na faculdade, cheguei a entregar alguns livros, que possuímos em casa, em permuta da mensalidade da faculdade, onde conheci uma pessoa especial, a coordenadora de cursos da UNIGRAN chamada Suzana. Através de alguns amigos, descobri que a faculdade possuía bolsas em troca de estágio na faculdade, foi quando então fui conversar com a Coordenadora.
Na época ela me fez uma pergunta que talvez tenha sido crucial para tudo que veio depois, ela me disse: - “O que faz você merecer mais do que todos os outros que vêm aqui todos os dias me pedir a mesma coisa? ” Minha resposta foi a seguinte: - “Olha não sei a diferença entre mim e os outros, mas sei que se for necessário que eu lave banheiro nesta instituição, para que eu realize meu sonho de ser advogado, eu vou fazer, e não só vou fazer, como vou fazer melhor que os outros”. Ela olhou para mim, sorriu e disse: - “Você tem determinação para conseguir o que quer, continue assim e vá sempre atrás dos seus sonhos, a vaga é sua”.
Então passei a estagiar na instituição por meio período, obtendo meia bolsa. Neste período fazíamos mini pizzas em casa para vender. Eu vendia para professores e cantinas de escolas, onde conseguia uma pequena renda, mas não o suficiente para pagar a meia bolsa. Assim veio a mais uma pessoa especial na minha vida.
Eu já havia recebido uma notificação da instituição para regularizar meus débitos ou perderia meu estágio. Naquela época eu estagiava no setor dos cursos de saúde, junto a sala de professores e da Coordenador do Curso de Biologia a época, a Dra. Silvana.
Porém não me contentava apenas em ficar sentado no posto de atendimento do corredor, fazia muita mais para merecer estar ali. Auxiliava as coordenadoras e professores em seus afazeres. Assim, quando soube que poderia ser cortado do programa de estágio e sabendo das minhas dificuldades financeiras, a Dra. Silvana intermediou uma bolsa integral, para que pudesse ajuda-la como secretário em tempo integral na instituição.
Desde então passei a trabalhar em tempo integral, sendo transferido em 2004 para o Núcleo de Prática e Assistência Jurídica da UNIGRAN, onde passei então a estagiar na minha área. Estudava a noite, trabalhava durante o dia e vendia mini pizzas no Fórum, para professores e amigos.
Mas ainda existia um grande desafio pela frente, pois não bastava apenas obter minhas notas na faculdade e o diploma de Bacharel em Direito. Existia pela frente o tão temido “Exame de Ordem”.
Muitos amigos faziam cursinho, se preparando para o Exame de Ordem, porém eu não possuía condições para pagar cursinhos. Como minha vida é repleta de pessoas especiais, eis que surge uma terceira pessoa especial nesta história, o Dr. José Joaquim, na época Coordenador do Núcleo Jurídico.
Ele me dizia que a prova do exame de ordem tinha 100 questões, e que dessas, 10 eram sobre o Código de Ética da OAB. Então se eu estudasse toda semana o Código de ética, podia acertar ao menos 1/5 da prova, já que tinha que acertar 50 questões para ser aprovado na primeira fase. Além disso, ele dizia para focar nas matérias de maior afinidade, pois elas fariam a diferença.
Seguindo as orientações do Dr. José Joaquim, no término da faculdade, no meu primeiro exame de ordem, acertei 54 questões da prova, 9 delas sobre o Código de Ética. Depois disso veio a segunda fase, e graças aos bons professores e profissionais que me cercaram de conselhos e orientações, passei no exame de ordem.
Dizia um amigo que na vida passam cavalos por nós sem cela, você pode deixá-los passar ou juntar na crina e montar e seguir seu destino. Realmente a vida nos dá oportunidades fantásticas, basta você pegar a crina.
Acredito fielmente na frase que diz que ninguém passa em nossas vidas por acaso, aliás, minha própria história é testemunha disto.
Você pode ficar parado, lamentando os tombos que a vida te dá constantemente, ou, se levantar e criar coragem todos dos dias para enfrentar as dificuldades e correr atrás de seus sonhos.
Eu continuo lutando todos os dias na minha carreira de advogado, buscando sempre o caminho correto, mantendo a ética e meus valores, buscando sempre me aperfeiçoar e aprender mais e mais com cada desafio.

Um cara que eu sou fã e vazia minhas manhãs de domingo mais felizes já dizia: - Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá. (Ayrton Senna)


sexta-feira, 9 de junho de 2017

UM SIMPLES POEMA


Sentimento é algo estranho
Você está ali, quieto no seu canto
E de repente, num piscar de olhos
Surge algo de estranho

Um simples gesto de simpatia
Um gesto de amizade
Confunde tudo por dentro
Mas que simplesmente nos anima

Um simples sorriso
Transforma nosso olhar
O que era muito simples
Agora se passa a admirar

Já não olho como antes
Passou a ser admirável
O que era irrelevante
Se tornou especial

Eu já não consigo mais
Viver sem aquele olhar
E agora tanto faz
Apenas quero te admirar

O que me falta é teu sorriso
Um gesto apenas
Para assim poder saber
Que eu possa simplesmente estar contigo